Recheio entre pães. A receita para qualquer sanduíche é tão simples quanto ampla. Exatamente por isso, existem inúmeras versões desse prato ao redor do mundo, com receitas clássicas e modernas para todos os gostos.
Uma das receitas de sanduíches mais antigas do mundo vem da China. Rou jia mo, ou literalmente porco no meio do pão, é uma comida tipicamente de rua da província de Shaanxi e consumida em todo o país.
O pão, “mo”, data da dinastia Qin, cerca de 221 a 206 antes de Cristo, e a carne de porco é ainda mais antiga, da dinastia de Shou, de 1045 a 256 antes de Cristo. A carne de porco é tradicionalmente cozida por horas em um caldo com mais de 20 temperos diferentes.
Uma alternativa típica é a com carne de carneiro, servida para a população muçulmana já que a cidade de Xiam, capital da província de Xianxim, era usada por mercadores árabes que passavam pela Rota da Seda. A cidade também é conhecida como o berço do Exército de terracota, esculturas de milhares de soldados e carruagens enterradas com o imperador Qin.
Outra versão para a origem dos sanduíches tem teor religioso. O ancião judeu Hillel era um líder religioso que viveu de 110 antes de Cristo a 10 depois de Cristo. Durante a comemoração da páscoa judaica, Hillel teria iniciado o costume de compartilhar o cordeiro pasqual entre o pão não levedado matzah com ervas amargas.
Com o passar dos séculos, cada país criou suas diferentes versões de sanduíches e hambúrgueres. Confira abaixo 12 variedades famosas pelo mundo.
Pães brancos e macios, cortados ao meio e com recheio de carne de porco, picles, coentro e outros temperos. O bao de porco traz diversos elementos saborosos, como a maciez do pão, a suculência da carne e a acidez dos picles de vegetais, e remete ao Rou jia mo. Nos Estados Unidos, esse estilo de sanduíche ficou conhecido devido a David Chang, empreendedor e chef dono do Momofuku, marca culinária que tem de restaurantes a livros de receita e equipamentos para a cozinha.
Carne cozida lentamente em espetos verticais – para que toda a suculência da carne não se perca ao cair na grelha. Essa é a essência de um bom doner kebab, prato turco criado no século 19 – a palavra doner vem de dondurmek, turco para carne assada em rotação. A carne é servida em um pão achatado com vegetais como repolho, alface e cebola, e molho branco. Outras versões para a sua criação indicam que teria sido desenvolvido por imigrantes turcos na Alemanha, país onde esse sanduíche ainda é uma comida de rua bastante apreciada. Seus primos incluem o gyro grego ou o shawarma árabe.
Essa especialidade japonesa é exatamente isso: um sanduíche em um pão de forma macio e com recheio de um leve creme batido e frutas, como morangos, pêssegos ou kiwis. É possível encontrar diversas variedades em lojas de conveniência. O pão normalmente está cortado ao meio, para mostrar as frutas decoradas no interior.
Uma torrada e uma fina camada de vegemite por cima. O sanduíche típico australiano é simples, mas não é para qualquer um. A pasta de marca registrada é elaborada a partir de extrato de levedura que existe como sobra da indústria de cervejas. O gosto é salgado e levemente amargo.
Esse pão leva apenas dois ingredientes: presunto tipo jamón e manteiga, ou beurre em francês. Apesar da simplicidade, o sanduíche ideal é salgado, crocante e delicioso. Na França, a venda desse item ultrapassa as vendas dos hambúrgueres tradicionais. Todos os dias, mais de 3 milhões de unidades são vendidas no país.
O Croque monsieur fez sua estreia nos menus de cafés franceses por volta de 1910. Com uma fatia de presunto e queijo derretido entre duas fatias de pão, esse sanduíche pode ter sido criado por acidente, por trabalhadores que esqueceram o sanduíche perto de radiadores e máquinas e deixaram o queijo derreter. A receita típica usa queijo gruyere e o pão é tostado com manteiga abundante, para ficar crocante (ou croquer, em francês). O sanduíche ganhou seu par, o croque-madame, que vem acompanhado de um ovo frito ou poché.
A cidade de Porto, em Portugal, é a criadora de uma versão muito mais indulgente do sanduíche francês croque monsieur. Não há economia no recheio, que inclui presunto, salsicha e rosbife ou bife entre fatias de pão. Queijo derretido é derramado por cima e a receita é finalizada com molho vermelho feito com tomates e cerveja. Um ovo frito pode ainda ser colocado por cima.
Os pães franceses viajaram o mundo. No século 19, o Vietnã foi ocupado por japoneses e mais tarde colonizado pelos franceses, assim como toda a península da Indochina. A dominação influenciou a criação do báhn mi, um prato que mistura elementos franceses, como o pão tipo baguete e patê, com ingredientes locais, como vegetais conservados, carne de porco ou de frango, entre outros. Há até uma versão de sobremesa, com sorvete e amendoins.
Uma fatia de pão e um recheio feito com ingredientes do jantar do dia anterior. Esse sanduíche dinamarquês já é típico da culinária escandinava, mas tem uma origem humilde, levado como almoço por trabalhadores rurais. Hoje consumidos nas festividades de Páscoa ou Natal, os sanduíches podem levar almôndegas, caviar, maionese, peixes e vegetais.
Um autêntico chá inglês não está completo sem um sanduíche de pepino, que apesar dos ingredientes simples é um clássico requintado. Um pão de forma sem casca, manteiga e fatias finas de pepino compõem esse prato, que também pode ser temperado com ervas como dill e até receber um pouco de salmão defumado.
No caso dos montaditos, pequenos sanduíches espanhóis, as possibilidades são inúmeras. Chorizo, queijo, presunto, vegetais, anchovas e carne são apenas alguns dos ingredientes possíveis desses pequenos sanduíches. Há uma rede de restaurantes, 100 Montaditos, que serve uma centena de opções diferentes, com mais de 350 unidades na Espanha e franquias nas Américas.
Os montaditos são alguns dos pratos servidos como tapas espanhóis, pequenas porções de aperitivos servidas com bebidas, alcoólicas ou não. Assim como outras receitas tradicionais, ninguém sabe ao certo a origem do nome tapa. Entre as versões, está a explicação de que as comidas servidas entre as taças de bebida servem para tapear a bebedeira. Outra versão diz que o rei Fernando II de Aragão pediu para que sua taça fosse coberta para impedir a entrada de moscas e o prato de comida colocado por cima do copo passou a se chamar tapa.
Apesar do nome homenagear a capital do Líbano, esse sanduíche é tipicamente brasileiro. Esse prato nasceu no restaurante Bambi, uma referência da culinária árabe na cidade de São Paulo de 1950 a 2000. O dono do empreendimento, o libanês Fares Sader, criou o beirute que combina pão sírio, rosbife, rodelas de tomate, queijo prato e orégano. Na Milk & Mellow, há desde a receita clássica até variações com filé mignon e frango.
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